A Isa adorava ler Fernando Pessoa e no final do livro escreveu estas palavras.
"Como podes tu, deixares de seres, se a tua imperfeição é mais bela que o mundo real? Poderás deixar os não-seres, que criaste?
Deixa-me existir.
Quedei-me a pensar como se de chuvas foras...
Guardei-te sem o saber.
Para mais tarde te viver, naquilo que outrora deixei de o ser.
Procurei a tua mágoa noutras existências, para te aprender e me saber.
Guardas que não me conheces?
E é certo isso.
Mas então porque procuras as palavras ocultas que não chegaram a ser escritas?
Aprazam-me as horas nocturnas em que esperas, sem saber o quê.
A angustia que trazes ao deixares o que já foi.
Como te dói, como te sente.
E como esqueces, como se outra tu, outra vida se tratasse.
Sensibilidade demasiada aflorada...ideal pata o teatro que é, esta passagem de não-seres, de existências"
A ISA ESCREVEU ESTA NOTA AOS 18 ANOS...
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